Política agrária e imigratória nas colônias japonesas de Santa Catarina (1961-1978)
MARTINELLO, André Souza. Política agrária e imigratória nas colônias japonesas de Santa Catarina (1961-1978). 2007. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: <https://revistas.unisinos.br/index.php/historia/article/view/htu.2011.153.13/613>.
TRECHO DA INTRODUÇÃO
Observando um livro de Sebastião Salgado quando explicava o título e a
motivação da obra intitulada Êxodos, o fotógrafo brasileiro perguntava-se: “Por que as pessoas deixam suas próprias terras? Suas vidas? Seus lugares?”. Por mais simples, trivial e ingênua que possa parecer essa pergunta, venho trazendo-a comigo ao longo do tempo. Algumas imagens e fotografias capturadas por Sebastião Salgado também insistem em permanecer em minhas lembranças, como aquela de algumas pessoas saindo de uma pequena barca e nadando na praia após atravessar o Estreito de Gilbraltar. Ou ainda a fotografia de um guarda civil espanhol em Tarifa, usando um binóculo para identificar ao longe, possíveis imigrantes que “insistem em bater a porta da Europa”. O tratamento dado a esses imigrantes contemporâneos que chegam na Europa, identificados em alguns contextos como invasores ou mesmo “terroristas”, sugere que o “velho continente” quer apagar seu passado recente de produtor de emigrantes que se espalharam pelo mundo todo. Nações que viveram a saída de muitos dos seus cidadãos, ignoram que outras nações receberam seus “povos”. Contudo, o momento atual é considerado diferente, afinal vivemos a “Globalização” e por mais que se caracterize como um evento histórico, ela demonstra sua perversão ao “mundializar” o capital e a exclusão, fazendo circular as mercadorias, concentrar a renda e “imobilizar as pessoas”. Em sentido inverso aos séculos XIX e XX, “massas” do Sul desejam hoje deslocar-se para o Norte.
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Trabalho na íntegra: