Nipocultura: a cultura japonesa ao seu alcance

A origem do termo Kamikaze [神風], o vento divino

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Em 1268, com a destruição da Coréia e com uma grande parte da China Song conquistada, o chefe mongol Kublai Kan (1215-1294) enviou embaixadas ao Japão para submeter “o rei do Japão”. A corte de Kyoto e o governo de guerreiros em Kamakura ignoraram estas intenções do chefe mongol e eles próprios se prepararam para uma invasão. Os vassalos dos samurais do bakufu (quartel general) de Kamakura ficaram em estado de alerta. Os templos e os santuários ofereceram as suas preces em proteção da nação.

Em novembro de 1274, uma armada de 900 barcos transportando mais de 44 mil soldados e marinheiros, incluindo mongóis, tártaros, chineses e coreanos, partiu do sul da Coréia. Depois de devastar Tsushima, aportou na baía de Hakata.

Após terem forçado os guerreiros japoneses a retirarem-se, os mongóis voltaram para os seus barcos. Durante a noite foram fustigados por um terrível vendaval que afundou muitos barcos e dispersou a armada. Em 1275 e 1279, Kublai procedeu a novas tentativas. Os regentes de Hojo recusaram-se a receber os seus enviados e ordenaram a construção de postos de defesa no contorno da baía de Hakata, a construção de barcos de defesa para fazer frente aos barcos mongóis e a mobilização de vassalos e não vassalos.

Com a queda da dinastia Song em 1279, Kublai encontrava-se livre para dedicar-se à conquista do Japão. Em 1281, iniciou a formação de uma grande armada composta por duas frotas. No princípio de junho, 4.400 barcos de guerra transportando 140.000 homens lançaram-se ao mar, partindo simultaneamente da Coréia e do rio Yangzi. Enquanto a armada do sul se atrasou várias semanas, a armada que vinha do leste chegou a Hakata, em 23 de junho e travou várias batalhas com os barcos japoneses. Em 16 de agosto, a armada foi destruída por um tufão, que acabou com a metade dos barcos e dizimou grande parte dos homens. Os japoneses atribuíram estes dois acontecimentos milagrosos a “ventos divinos” (kamikaze). Tal fato contribuiu para a crença de que o Japão era uma terra protegida pelo divino (shinkoku). Sem despojos como prêmio dos seus esforços, muitos samurais mostraram-se descontentes. Kublai planejou uma terceira invasão, mas não a concretizou.

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